De partida,
ele disse:
“não há
momentos absolutos
nem resguardos
de verdade em cada conversa
se acreditares
em mim e na minha religião
obscura,
sem deuses ou
condenação perpétua,
mistérios ou
amor infinito.
A verdade é
uma garra que te persegue
mas o rosto que
te ofereço não precisa
da sua chama e
da ameaça,
oculta-se na
dobra
de um lençol
trocado pela manhã,
antes do café
quente despertando o dia.
Sou o deus
vivendo nos teus passos
a luz
derramada nos teus medos,
a minha
alegria estremecendo nos ossos,
pelo sangue,
na saliva.
Amor, não o exijo,
apenas uma
entrega, nítida como
uma margem de
rio assoreada.